Além das tecnologias emergentes, quais outros fatores são determinantes em uma jornada de transformação digital?
Os movimentos transformacionais da quarta revolução industrial não param de acontecer. A transição energética, a adoção de tecnologias emergentes da indústria 4.0, mobilidade urbana, cidades inteligentes e a própria transformação digital impactam nossas vidas pessoais e, consequentemente, refletem nas organizações.
A indústria 4.0,materializada pela adoção massiva de tecnologias emergentes aplicadas na área industrial das empresas, visa a excelência operacional, uma manutenção prescritiva, melhor eficiência energética e promove a conectividade entre os equipamentos e sistemas, potencializando o uso estratégico dos dados. Algumas dessas tecnologias mais adotadas são o IoT ou IIoT, drones, realidade virtual, realidade aumentada, cloud computing, digital twin, impressão 3D, entre outras.
As soluções utilizadas para implementar o conceito de Indústria 4.0 produzem mudanças significativas na maneira como os profissionais executam suas tarefas, mas não chegam a transformar as organizações como um todo. De fato, as tornam mais eficientes e competitivas, entretanto, as dimensões culturais e os valores estruturantes da organização impactam diretamente no êxito da estratégia de transformação digital.
Para uma transformação organizacional, há de se atuar na cultura e nos processos juntamente com a adoção das tecnologias emergentes da indústria 4.0. A transformação organizacional acontece com a execução da transformação digital, onde tecnologia, processos e cultura organizacional estão alinhados para gerar novos modelos de negócios e criar fontes de monetização. Isso requer que a estrutura organizacional se adeque ao uso massivo das tecnologias convencionais e emergentes da indústria 4.0, que os processos sejam otimizados para minimizar desperdícios e a cultura organizacional esteja adaptada para uma atuação mais colaborativa entre os departamentos e uso de ecossistemas de inovação aberta.
Não é uma jornada simples e, justamente por isso, a maioria do parque fabril na América Latina ainda permanece na era da Indústria 3.0. Isso colabora para que os países latino-americanos estejam tão mal posicionados no Índice Global de Competitividade do International Institute for Management Development (IMD).
Para alterar este cenário e tornar a indústria mais competitiva, é importante que o setor invista cada vez mais em jornadas de transformação digital, atuando nos três pilares fundamentais (Tecnologia, Processos e Cultura) e nas três dimensões organizacionais (Back, Middle e Front offices), simultaneamente. Entende-se como Back office os ativos da área industrial; Middle office são os departamentos de suporte aos negócios (financeiro, RH, etc) e Front office, os departamentos que atuam diretamente com os clientes (vendas, marketing, serviços etc). Esta atuação, sustentada pela execução de um framework de transformação digital, e o uso de uma metodologia que conduz de forma estruturada às iniciativas que impactam toda a organização, desde as camadas mais operacionais ao conselho de administração, resultarão na transformação organizacional.
Quando isso ocorre, temos uma transformação extremamente positiva para a organização como um todo, onde as tecnologias da Indústria 4.0, de fato, atuam como habilitadoras para a transformação digital. Neste momento, a organização estará preparada para a garantir seu espaço neste contexto da quarta revolução industrial em que vivemos, e desenvolver vantagens competitivas sustentáveis.
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